O amor nasce antes do filho

No silêncio de uma casa adormecida, ouve-se o coração dos que amam. É ali, no silêncio da noite, que o amor de pai e mãe ganha voz. Amor que nasce antes do nome, antes do primeiro choro; amor que pulsa no ventre e se transforma em mundo inteiro.


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Pai, fortaleza
Ser pai é aprender a ser abrigo mesmo quando o chão treme. É ser fortaleza de olhos marejados. É segurar no colo o próprio futuro, sem nunca pedir nada em troca. É ser o primeiro herói sem capa, o abraço que acalma, a mão firme que ensina a confiar. É entender que a força mais poderosa se mede na ternura dos gestos – não na rigidez dos comandos.


Mãe, porto seguro
Ser mãe é carregar o universo nas mãos e, ainda assim, encontrar espaço para um afago. É fazer do corpo templo, da alma morada, do cansaço, milagre. É ouvir o choro antes que ele aconteça, enxugar lágrimas com o olhar, antever necessidades com o instinto. Ser mãe é ser poesia viva, eternamente reescrita nas entrelinhas do cuidado.


Os filhos crescem, e o amor se multiplica
Eles crescem. Colocam mochilas nas costas, enfrentam o mundo, constroem lares, trilham caminhos próprios. Mas, aos olhos do pai, ainda são aqueles que pedem ajuda para alcançar o alto da prateleira. Aos olhos da mãe, continuam sendo os que dormem com os cabelos bagunçados e os pés descobertos.

 
O tempo passa, mas o olhar de quem ama não envelhece. Porque, por mais alto que voem, os filhos sempre carregam a mesma essência de quando cabiam no colo – e no coração.

 
E o colo, esse nunca se aposenta. É sempre abrigo, sempre espera, sempre casa. Porque amor de pai e mãe não mede altura. Ele reconhece na alma aquele mesmo menino, aquela mesma menina… que um dia abriu os olhos para o mundo – e abriu também um mundo inteiro dentro de dois corações.


O sentido de tudo

Os filhos chegam como vento novo, soprando sentido em cada esquina da vida. Chegam com olhos que espelham esperança, com risos que curam, com lágrimas que ensinam. E assim, entre tropeços e ternuras, vai-se costurando um amor que não se desfaz. Não há manual, só presença. Não há fórmula, só entrega. Porque amar um filho é ver o próprio coração bater fora do peito. É dançar no ritmo das pequenas conquistas e suportar o peso do tempo, sabendo que um dia eles partirão...


Mas, mesmo partindo, jamais estarão ausentes. Estarão em cada parede pintada de lembrança, em cada cheiro que a memória não esquece, em cada silêncio preenchido de história.


Uma herança recíproca

Mas deixarão vestígios: um jeito de sorrir, uma palavra herdada, o eco de um abraço que nunca se apaga.
E, se o mundo todo esquecesse o que é o amor, bastaria olhar para um pai que espera, para uma mãe que acolhe, para um filho que volta. Porque o amor ensinado com gestos atravessa gerações, sem necessidade de moldura ou aplauso.


É amor que educa sem gritar, que guia sem empurrar, que diz “estou aqui” – mesmo quando está em silêncio.


O amor que permanece

Ali, na simplicidade de um gesto, estaria escrita a mais pura poesia da vida: o amor verdadeiro é aquele que permanece, mesmo quando o tempo passa, mesmo quando tudo muda. Porque amor de pai e mãe… é raiz e é céu.


É promessa sem fim. É o tipo de amor que não precisa ser dito – mas que é sentido, até o último suspiro. E, mesmo depois dele, ainda permanece.

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Juliane Korb

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